A ti…

Cada vez mais difícil conversar…cada momento juntos e o incontrolável acontece. Os sentidos apuram-se, o controlo perde-se e o que nos une revela-se. Aí, entregamo-nos um ao outro sem nada questionar, sem nada entender.
Momentos únicos que passamos juntos…eu fui tua, e tu foste meu. Ainda que não concordes e argumentes com os teus inevitáveis, eu sei que foste!
Talvez por caminhos diferentes tenhamos nos encontrado, por linguagens diferentes tenhamos falado…talvez, por isso, tornou-se incompreensível e impossível.
Um dia olharemos para trás e recordaremos um ao outro… sentiremos saudade talvez… arrependimento não sei…ainda não sei…
Pelos meus actos incorrectos, minhas atitudes impensadas já me arrependo… tu, não sei… mas entende que também eu tenho medos e receios…também eu não me sinto preparada por vezes, também eu receio arriscar, me envolver demasiado…
As vontades foram, por mim, muitas vezes contidas e renegadas… um abraço, um beijo, um sorriso, um olhar…enfim, fui fraca admito-o! Mas também as palavras foram guardadas muitas vezes…
Tentei, no entanto, lutar, tentei que entendesses, tentei nos encontrar… mas foi em vão… agora que desisti, é parte de mim que deixo. Aquela parte que te deseja acima de tudo, e para além de tudo…
Ficam apenas as recordações e a esperança que tenha significado alguma coisa que seja…que a minha entrega não tenha sido em vão - afinal, o não se envolver parece não ser solução.
Amamo-nos, mesmo não nos envolvendo – também nunca o permitimos…
As coisas, às vezes, são bem mais fortes do que esperamos à partida -são coisas da vida…

«Mas há sempre mais um dia, e nunca vai parar.»

A vida continua, e tu serás sempre tu, na minha memoria, como só eu te conheci, e por quem, um dia, me apaixonei!

Fica assim, o nosso envolvimento fugaz, todos os dias e para o resto da nossa vida.


By me!