Já não bastava, nós, como filhos «adoptados» pelo sistema educativo/universitário, por 5 anos ou mais, sermos lançados, nus e desprotegidos, assim, ás feras, …quando as ditas «feras» ainda se dão ao luxo de brincar, tipo os gatos com os ratos, connosco;
Não é suposto, aliás, não era suposto...eu vejo a BBC vida selvagem e isto é antinatural… afinal, que espécie de animais somos nós??!!
Thursday, February 28, 2008
Monday, February 25, 2008
Wednesday, February 20, 2008
queda livre
há um muro que não me deixa olhar para o outro lado
gosto tanto do outro lado por não gostar deste que queria um muro maior para me obrigar a ficar deste lado
[só mais um pouco
pelo menos para me dar tempo de ver bem onde estou e de sentir a frescura do musgo debaixo dos pés
mas os muros altos são baixos só para mim
e salto com a dificuldade de quem finge
e ultrapasso mais uma barreira intransponível com o sacrifício de quem mente
e já estou deste lado
e já nem me lembro do que ficou para trás
nem me quero lembrar
era pequenino e incipiente quase tão desinteressante como o sítio que pouso agora
este pouso que nunca se repete para não ser um repouso
e o muro desta vez já nem alto é para disfarçar
é uma sebezinha anã e rota que eu sobrevoo rastejando
e já estou em outro sítio
e o anterior já nem me lembro
já nem me interessa
já nem quero que exista
e onde estou também não dá
e agora já nem muros
nem sebes
nem degraus
nem solavancos
nem lombas
nem nada
tudo a eito
tudo em frente sem oposição
e então por não haver mais nada a fazer corro em frente
e para os lados
e para cima
e para baixo
e agora o caminho é uma rampa que desce cada vez mais íngreme
e agora já nem corro
deslizo
escorrego
caio
caio
grito
e cada grito é mais um salto
e cada choro é mais um sítio
e agora vou em queda livre e já não me lembro do que ficou para trás
mas tenho saudades de quando tudo me custava
tenho tristeza de não sentir nos ossos a dor das pequenas conquistas
agora as conquistas são eternas e findas antes do começo
e o pior é que os outros aqueles por quem grito ficaram para trás
e com a fome de chegar tão longe não deixei migalhas para que me encontrassem
e nesta corrida em queda livre sinto os pulmões a encherem-se de ar
o coração a bater mais forte
a boca a deformar-se com a velocidade
o sangue a ficar azul com o frio do vento que me escarpa os ouvidos como um montanhista que cai porque se desiludiu com o
[pico
e tenho o corpo gelado e a alma também
mas as ideias frias continuam lá na cabeça que funciona quando o coração já não bate
e podia implorar por uma bóia mas não caio para a água
e podia pedir uma corda mas já desaprendi o regresso
e podia viver mas já não sei esqueci-me acho que ficou atrás de um muro qualquer
acho que viver ficou atrás do decimo sétimo muro um particularmente alto a fingir e que precisava de uma
[ajudinha
e agora lembro-me como o fiz
peguei na vontade de viver e coloquei-a no chão
e como a vontade era muita e tinha uma área muito grande pus-lhe uma mesa em cima
e em cima da mesa um banco
e ainda outro mais pequeno
e ainda outro mais pequeno
e escalei até ao cimo do muro
e lá em cima pensei depois volto para a buscar
depois torno a buscar a vontade mas nunca mais
e agora já vão tantos anos luz
tantos milénios
tantos séculos
tantos dias
tantos nanossegundos correndo desesperadamente para não sei bem onde
fazer não sei bem o quê com não sei quem sozinho
que já não sei voltar a buscá-la
que já não tenho vontade de voltar
já não tenho vontade de voltar
porque a vontade ficou atrás
e a cair para o infinito lanço num último gesto os braços
as mãos
e os dedos tentando resgatar a vida
mas os dedos já mirrados como os do menino que ficou tempo demais na banheira não [conseguem agarrar
não têm forças para agarrar
não têm vontade de agarrar
e morro
caindo
sempre
sem nunca chegar ao chão
JOAO NEGREIROS
há um muro que não me deixa olhar para o outro lado
gosto tanto do outro lado por não gostar deste que queria um muro maior para me obrigar a ficar deste lado
[só mais um pouco
pelo menos para me dar tempo de ver bem onde estou e de sentir a frescura do musgo debaixo dos pés
mas os muros altos são baixos só para mim
e salto com a dificuldade de quem finge
e ultrapasso mais uma barreira intransponível com o sacrifício de quem mente
e já estou deste lado
e já nem me lembro do que ficou para trás
nem me quero lembrar
era pequenino e incipiente quase tão desinteressante como o sítio que pouso agora
este pouso que nunca se repete para não ser um repouso
e o muro desta vez já nem alto é para disfarçar
é uma sebezinha anã e rota que eu sobrevoo rastejando
e já estou em outro sítio
e o anterior já nem me lembro
já nem me interessa
já nem quero que exista
e onde estou também não dá
e agora já nem muros
nem sebes
nem degraus
nem solavancos
nem lombas
nem nada
tudo a eito
tudo em frente sem oposição
e então por não haver mais nada a fazer corro em frente
e para os lados
e para cima
e para baixo
e agora o caminho é uma rampa que desce cada vez mais íngreme
e agora já nem corro
deslizo
escorrego
caio
caio
grito
e cada grito é mais um salto
e cada choro é mais um sítio
e agora vou em queda livre e já não me lembro do que ficou para trás
mas tenho saudades de quando tudo me custava
tenho tristeza de não sentir nos ossos a dor das pequenas conquistas
agora as conquistas são eternas e findas antes do começo
e o pior é que os outros aqueles por quem grito ficaram para trás
e com a fome de chegar tão longe não deixei migalhas para que me encontrassem
e nesta corrida em queda livre sinto os pulmões a encherem-se de ar
o coração a bater mais forte
a boca a deformar-se com a velocidade
o sangue a ficar azul com o frio do vento que me escarpa os ouvidos como um montanhista que cai porque se desiludiu com o
[pico
e tenho o corpo gelado e a alma também
mas as ideias frias continuam lá na cabeça que funciona quando o coração já não bate
e podia implorar por uma bóia mas não caio para a água
e podia pedir uma corda mas já desaprendi o regresso
e podia viver mas já não sei esqueci-me acho que ficou atrás de um muro qualquer
acho que viver ficou atrás do decimo sétimo muro um particularmente alto a fingir e que precisava de uma
[ajudinha
e agora lembro-me como o fiz
peguei na vontade de viver e coloquei-a no chão
e como a vontade era muita e tinha uma área muito grande pus-lhe uma mesa em cima
e em cima da mesa um banco
e ainda outro mais pequeno
e ainda outro mais pequeno
e escalei até ao cimo do muro
e lá em cima pensei depois volto para a buscar
depois torno a buscar a vontade mas nunca mais
e agora já vão tantos anos luz
tantos milénios
tantos séculos
tantos dias
tantos nanossegundos correndo desesperadamente para não sei bem onde
fazer não sei bem o quê com não sei quem sozinho
que já não sei voltar a buscá-la
que já não tenho vontade de voltar
já não tenho vontade de voltar
porque a vontade ficou atrás
e a cair para o infinito lanço num último gesto os braços
as mãos
e os dedos tentando resgatar a vida
mas os dedos já mirrados como os do menino que ficou tempo demais na banheira não [conseguem agarrar
não têm forças para agarrar
não têm vontade de agarrar
e morro
caindo
sempre
sem nunca chegar ao chão
JOAO NEGREIROS
Monday, February 18, 2008
Sunday, February 17, 2008
Este fim de semana, enquanto tentava pôr alguma ordem no meu quarto ( já que desde que regressei de vez para casa, quero dizer…acho que, não de vez…mas por curto/médio/longo prazo, não sei…enfim, tinha TUDO dentro de caixotes, exceptuando, claro está, aquilo que, minha afilhada deitou a mão, e espalhou pelo chão, e que eu, sem tempo para coçar sequer o nariz, empurrava para os cantos, enquanto tentava alcançar a secretária, onde a desarrumação não era menor), aproveitava para pôr ordem na minha cabeça também…Ufa, deu trabalho!! Refiro-me, única e exclusivamente, ao quarto, porque a cabeça…bem, essa continua desarrumada!
Já dizia o poeta «pensar, incomoda, como andar à chuva» e, acrescento eu, chuva daquela bem miudinha, intensa e desconfortável, que nos gela até aos ossos; a mim, quem me conhece, sabe que é verdade, basta-me umas pinguinhas de chuva e, fico logo gripada… imaginem, por isso, o que me acontece se pensar…
Alguns Antigripine, bastantes Ilvico, e uns tantos Cêgripe e derivados (passo a publicidade, sorry), ensinaram-me que, não vale a pena arriscar e apanhar chuva (e, neste caso pensar demasiado também não).
Bem, voltando às arrumações do fim-de-semana, cheguei a uma constatação: principalmente, nós, mulheres, gostamos bastante de guardar TUDO! Isto, na eventualidade de voltar a ser preciso, na eventualidade de dar jeito, na eventualidade de lembrar algo ou alguém, enfim, na eventualidade da eventualidade…
Basta, por mim, basta! Já não tenho espaço, vou despejar TUDO!
P.S. Eu reciclo;)
(ao som de Coldplay-Trouble)
Já dizia o poeta «pensar, incomoda, como andar à chuva» e, acrescento eu, chuva daquela bem miudinha, intensa e desconfortável, que nos gela até aos ossos; a mim, quem me conhece, sabe que é verdade, basta-me umas pinguinhas de chuva e, fico logo gripada… imaginem, por isso, o que me acontece se pensar…
Alguns Antigripine, bastantes Ilvico, e uns tantos Cêgripe e derivados (passo a publicidade, sorry), ensinaram-me que, não vale a pena arriscar e apanhar chuva (e, neste caso pensar demasiado também não).
Bem, voltando às arrumações do fim-de-semana, cheguei a uma constatação: principalmente, nós, mulheres, gostamos bastante de guardar TUDO! Isto, na eventualidade de voltar a ser preciso, na eventualidade de dar jeito, na eventualidade de lembrar algo ou alguém, enfim, na eventualidade da eventualidade…
Basta, por mim, basta! Já não tenho espaço, vou despejar TUDO!
P.S. Eu reciclo;)
(ao som de Coldplay-Trouble)
Saturday, February 16, 2008
Amostra sem valor
«Eu sei que o meu desespero não interessa a ninguém.
Cada um tem o seu, pessoal e intransmissível:
com ele se entretém
e se julga intangível.
Eu sei que a Humanidade é mais gente do que eu,
sei que o Mundo é maior do que o bairro onde habito,
que o respirar de um só, mesmo que seja o meu,
não pesa num total que tende para infinito.
Eu sei que as dimensões impiedosas da
Vida ignoram todo o homem, dissolvem-no, e, contudo,
nesta insignificância, gratuita e desvalida,
Universo sou eu, com nebulosas e tudo.»
António Gedeão
«Eu sei que o meu desespero não interessa a ninguém.
Cada um tem o seu, pessoal e intransmissível:
com ele se entretém
e se julga intangível.
Eu sei que a Humanidade é mais gente do que eu,
sei que o Mundo é maior do que o bairro onde habito,
que o respirar de um só, mesmo que seja o meu,
não pesa num total que tende para infinito.
Eu sei que as dimensões impiedosas da
Vida ignoram todo o homem, dissolvem-no, e, contudo,
nesta insignificância, gratuita e desvalida,
Universo sou eu, com nebulosas e tudo.»
António Gedeão
Friday, February 15, 2008
Thursday, February 14, 2008
...neste dia d S.Valentim: Vanessa da Mata Boa Sorte/ Good Luck
e não posso deixar de citar Miguel Esteves Cardoso:
«As pessoas haviam de encontrar o grande amor das suas vidas só quando fossem velhas. É sempre melhor viver antes da felicidade do que depois dela.»
(visitem www.gangdonobenta.blogspot.com para saber mais sobre este dia)
e não posso deixar de citar Miguel Esteves Cardoso:
«As pessoas haviam de encontrar o grande amor das suas vidas só quando fossem velhas. É sempre melhor viver antes da felicidade do que depois dela.»
(visitem www.gangdonobenta.blogspot.com para saber mais sobre este dia)
Tuesday, February 12, 2008
... a pedido de muitas famílias... ok ok estou a mentir!! A pedido de uma unica pessoa, mas como essa pessoa tem muito valor para mim, vale, ele só, por muitas famílias ( e quem o conhece sabe que sim )!
Esta é para o meu GRANDE amigo BOA: Pantera - Cowboys From Hell
...ahhh, e afinal não devo ser, assim, tão «ouvidos sensíveis», afinal aguentei o Emídio, e já agora tu tb, com o «OOndddee éé que está o Miiinnnhhhooo????» noites a fio, ufa =P
Esta é para o meu GRANDE amigo BOA: Pantera - Cowboys From Hell
...ahhh, e afinal não devo ser, assim, tão «ouvidos sensíveis», afinal aguentei o Emídio, e já agora tu tb, com o «OOndddee éé que está o Miiinnnhhhooo????» noites a fio, ufa =P
Monday, February 11, 2008
Sunday, February 10, 2008
Wednesday, February 06, 2008
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